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A Ermida de São Pio é hoje uma bela realidade. Inaugurada há apenas um ano (estamos escrevendo em outubro de 2005), já é conhecida por boa parte dos gaúchos, sem falar nos moradores de outros Estados.
Como geralmente acontece com as obras de Deus, ela também chegou à sua realização através dos caminhos imprevisíveis da Providência.
Só ela mesmo poderia dispor os fatos de tal maneira a levá-la a uma feliz conclusão.
Tudo começou quando, em 1996, Fernando Casassola, pensando numa possível casa de moradia quando se aposentasse, adquiriu uma terra no topo do Cerro Comprido, município de Faxinal do Soturno. Alguns parentes, inclusive o tio Cláudio, não acharam que tivesse feito uma boa compra. Tão fora da cidade, acesso difícil...
No entanto, seu pai Benoni acatou a decisão e começou a fazer alguma coisa para melhor aproveitamento da área.
Em 1999, Cláudio, irmão do Benoni, hoje residente em Nova Iorque, descobriu casualmente o livro: PADRE PIO, La fede e i miracoli di um uomo del Signore. Sua leitura despertou nele -uma curiosidade insaciável de conhecer mais e mais coisas sobre este santo
 Quanto mais lia, mais e mais sentia crescer seu fervor.
Chegou a imaginar possíveis curas de doentes seus conhecidos. E para motivá-los a recorrer a ele, traduzia histórias de milagres alcançados através do Padre Pio e os enviava junto com orações e relíquias.
Ao constatar que, no Brasil, não era fácil encontrar literatura sobre o “santo”, decidiu traduzir do inglês o livro de Clarice Bruno: Caminhando com o Padre Pio.

O Padre Pio e a Quarta Colônia.

Nas suas leituras sobre o Padre Pio, Cláudio acreditou ter encontrado uma relação entre o Santo e a Quarta Colônia. (Apenas para lembrar, no começo da sua colonização por imigrantes, a maioria italianos, o Estado gaúcho estava dividido em quatro Colônias, sendo que Faxinal do Soturno fazia parte da quarta). O lampejo lhe ocorreu ao ler o episódio da primeira bilocação do frei Pio, quando ainda era seminarista. De Santo Elias em Pianisi, onde estudava, sentiu-se transportado para Údine, norte da Itália, à casa de um mação chamado Giovanni Battista Rizzani, a quem prestou atendimento espiritual. (Naquele tempo, alguns católicos mantinham contato com idéias da maçonaria).
Údine... Ficou matutando: não foi de lá e do norte da Itália em geral que veio a maioria dos nossos imigrantes? Por que frei Pio foi levado especificamente para Údine? E, ademais, para a casa de um mação que, na última hora, se convertera devido às muitas orações de sua esposa católica praticante?
Na oportunidade ele só pensou que isto poderia dar um bom capítulo num futuro livro sobre a árvore genealógica da família.

Com o passar dos dias, outros fatos foram-se sucedendo, e o nome do Padre Pio ficava cada vez mais conhecido. Sobretudo a partir de 2 de maio de 1999, quando o Papa João Paulo II o declarava “beato”. Mas, em ritmo cada vez mais acelerado, depois de sua canonização, em 16 de junho de 2002. Ambas as vezes, diante de incalculáveis multidões vindas do mundo inteiro.
À sua canonização esteve presente também Beatriz Soldera, irmã do Fernando. Uns meses antes, Cláudio e sua esposa Lourdes tinham visitado San Giovanni Rotondo e Pietrelcina.
Foi por ocasião destes acontecimentos que a idéia de erguer um monumento em homenagem a São Pio, no coração da Quarta Colônia, começou a germinar.
Através da Beatriz, o Fernando foi sondado sobre a possibilidade deste monumento em cima de sua terra.

Acrescente-se que, no ano 2000, Fernando estivera em Brindisi, na Itália, a serviço da Petrobrás. De tanto ouvir falar no Padre Pio, acabou indo a San Giovanni Rotondo.
Tudo o que viu lá o deixou impressionado. Tanto que, ao voltar a Dona Francisca, trouxe uma lembrancinha do Padre Pio para cada um de seus familiares e parentes.
Por isto, a proposta do Cláudio foi logo aceita e, para este fim lhe cedeu parte de sua propriedade, no alto do Cerro Comprido.
Dali por diante, as coisas só fizeram andar, e hoje a Ermida é uma esplêndida realidade. Nem podia ser de outra forma, pois esta era a vontade de Deus.

À Divina Providência, toda honra e toda glória.
Ao casal – Cláudio e Lourdes Casasola, nossas preces.
Ao Benoni – supervisor das obras,
ao Paulo Soldera – engenheiro construtor,
ao Juan Amoretti – pintor e escultor,
à Prefeitura de Faxinal,
aos meios de comunicação – Rádio local e jornal “Cidades do Vale”,
e a todos os que colaboraram na execução desta obra,
nossa gratidão.

Todos esperamos que, desde sua Ermida, no Cerro Comprido, o Padre Pio se manifeste como generoso intercessor, tal como aconteceu no promontório do Gárgano, desde o Santuário de Nossa Senhora das Graças, a fim de se tornar conhecido também no Brasil, como

O Santo do Terceiro Milênio